terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Encomendação das Almas


Parte da equipa dos Pezinhos deslocou-se à Arrábida para provar mais uma das Fatias de Cá. Desta feita, assistimos à adaptação teatral do romance "A Encomendação das Almas", de João Aguiar, no sublime cenário do altaneiro Convento.

cartaz da exposição
A adaptação do texto é necessariamente redutora, mas perfeitamente fiel ao espírito do romance. 
"Um homem que há muito passou da juventude e outro que a vive, aliam-se para construir um pequeno universo onde subsistem os velhos ritos e superstições do passado. Porém, esse universo não poderá resistir durante muito tempo ao mundo de hoje. É preciso encontrar uma saída." FdC

Seguimos os actores, e a história que contavam, pelos jardins, capelas, terraços e recantos do convento. As escadas eram íngremes e estreitas e o esforço foi-se fazendo sentir. Parávamos cada vez mais para apreciar a vista magnífica sobre a baía, e o chão duro do convento ia ficando cada vez mais confortável.


rutix e muhipiti ouvindo atentamente a peça


Sempre parte integrante dos espectáculos dos FdC é o jantar integrado na acção. O ar da serra abriu os apetites e foi com prazer que festejámos o aniversário da personagem Gonçalo Nuno Mesquita de Reboredo e Sande com franguinho assado e batata frita, pão e azeitonas regados a vinho tinto.


alexis e chefinha roendo umas asinhas de frango


Enquanto o dia entardecia, fomos testemunhando a ingenuidade do Zé da Pinta, o cansaço de Gonçalo Nuno, os achaques do Sr. Maravilhas e as necessidades da Tia Genoveva. Mas foi o castiço Tio Albertino, com os seus turpilóquios e sapatinhos à gangster que nos conquistou mais a simpatia. 


os sapatinhos do Tio Albertino
"O pai de Zé da Pinta expôs o seu problema, cujas dimensões reduziu um pouco para não assustar o irmão. Depois solicitou: poderia ele dar guarida e trabalho ao Zé? (...)
O tio Albertino fez-se pouco rogado, apenas o suficiente para estabelecer a pequenez do ordenado. Na verdade, fazia-lhe jeito alguém que atendesse os clientes na taberna, ficava-lhe mais tempo livre para outras coisas."
João Aguiar, A Encomendação das Almas


Fotos: RCC e X@n@. Arrábida. Agosto, 2011.

2 comentários:

RCC disse...

Mais um optimo espectáculo com a sensação de vivência da historia em tempo real.
Para mim é o que distingue este tipo de teatro, que gosto cada vez mais.

E os sapatinhos...ui do melhor...LOLOL
Mt boa esta personagem.

Lucilix disse...

Ao ler estas linhas, já me arrependo de não ter vencido a inércia das férias. Uma caloira não deve cometer estes pecados!!!