Há dias, passeando pela zona da Expo, deparei-me com uma gigantesca estátua que desconhecia.
A sua lado, a descrição:
Já sabia que o Bairro de Queens em Nova York lhe devia o nome. Rainha consorte de Inglaterra e da Escócia, esposa de Carlos II, supostamente a mão que serviu a primeira chávena de chá em terras onde até então só se bebia cerveja.
O que não sabia é que a estátua que estava à minha frente deveria estar a devolver-me o olhar, mas desde o outro lado do Atlântico. Obra do escultor norte-americano Audrey Flack, a estátua com 10 metros de altura foi esculpida para ocupar um lugar proeminente na Hunters Point, Queens, NY, no final dos anos 90.
Mas a polémica instalou-se quando um grupo de activistas afro-americanos se insurgiu contra o projecto alegando o suposto envolvimento da filha de D. João IV no comércio de escravos.
Apesar de tal envolvimento nunca ter sido claramente provado, o facto é que o presidente do borough de Queens acabou por declarar que a estátua nunca seria colocada em terrenos públicos, com o argumento de que "guilt by association is guilt enough".
E, depois de alguns anos esquecida numa fundição, Catarina de Bragança regressou a Lisboa.
Parque das Nações. Lisboa. Junho, 2013