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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Pelo Sonho é que Vamos

A arte que nos faz chegar mais longe.
A cumplicidade que junta os passos de quem quer continuar a caminhada.
A jangada dos sonhos possíveis.

X@n@

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Porque Vale a Pena Viver?

Sair de Lisboa debaixo de chuva para assistir a teatro ao ar livre em Sesimbra. Risco recompensado por vislumbres de sol através do nevoeiro quente que exaltava os cheiros da terra e dos pinheiros. Por um espectáculo minimalista na forma e profundo no sentido. Por uma banda sonora inspirada. Por uma sopa da pedra deliciosa e reconfortante.


"Utilizamos uma escolha sonoplástica de grande duração em tempo, quase semelhante ao tempo textual, e muitas vezes literal à cena. Actores muito jovens e a Mill concebendo uma simplicidade cenográfica de artefactos caseiros.
Das circunstâncias que nos levaram a colocar a questão, Porque Vale a Pena Viver? As nossas inquietações, as monstruosas guerras, violações, mortes, onde o ser humano se revela um verme infame ou infamado. As relações doentias entre mulheres, homens e crianças indefesas, de violência sadismo e guerra psicológica. A cultura a ser relevada ao nível do lixo e nem sequer enunciada pelos políticos. O alimento e a mesa. O local onde o humano se observa como um ser em devir civilizacional.
Textos de Harold Pinter, Bernardo Soares, Leonardo da Vinci, George Steiner e outras reflexões internas e alheias.
Apareça e divirta-se neste espectáculo com humor, amor, interrogações e declarações, à mistura com o cheiro do mar e das plantas da Aguncheira."
São José Lapa


“Porque, de resto, o que somos é esfinges falsas e não sabemos o que somos realmente. O único modo de estarmos de acordo com a vida é estarmos em desacordo com nós próprios. O absurdo é o divino.”
Fernando Pessoa (Bernardo Soares), O Livro do Desassossego

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Pezinhos V.I.P.

Rutix e São José Lapa
A sua voz ecoou no corredor exíguo do convento da Arrábida; rouca, modelada, poderosa. Já no pátio, os meus olhos facilmente encontraram quem os meus ouvidos tinham reconhecido: a actriz São José Lapa. 

Calhou sentarmo-nos lado a lado numa das pausas da peça a que assistíamos. Não sei como, venci a timidez e acabámos por trocar dois dedos de conversa, precisamente sobre o Espaço das Aguncheiras, uma quinta encantadora onde a actriz também desenvolve um projecto de teatro ao ar livre.

A sua simpatia encorajou-me a pedir-lhe uma foto para o quadro de honra do Feetbook. Se estranhou tão inusitado pedido, São José Lapa não o demonstrou. Aceitou com uma gargalhada. 

E eu fiquei com pena de não ter um telemóvel de última geração; mais digno da ocasião...

Foto (tremida): Rutix. Arrábida, Agosto 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Encomendação das Almas


Parte da equipa dos Pezinhos deslocou-se à Arrábida para provar mais uma das Fatias de Cá. Desta feita, assistimos à adaptação teatral do romance "A Encomendação das Almas", de João Aguiar, no sublime cenário do altaneiro Convento.

cartaz da exposição
A adaptação do texto é necessariamente redutora, mas perfeitamente fiel ao espírito do romance. 
"Um homem que há muito passou da juventude e outro que a vive, aliam-se para construir um pequeno universo onde subsistem os velhos ritos e superstições do passado. Porém, esse universo não poderá resistir durante muito tempo ao mundo de hoje. É preciso encontrar uma saída." FdC

Seguimos os actores, e a história que contavam, pelos jardins, capelas, terraços e recantos do convento. As escadas eram íngremes e estreitas e o esforço foi-se fazendo sentir. Parávamos cada vez mais para apreciar a vista magnífica sobre a baía, e o chão duro do convento ia ficando cada vez mais confortável.


rutix e muhipiti ouvindo atentamente a peça


Sempre parte integrante dos espectáculos dos FdC é o jantar integrado na acção. O ar da serra abriu os apetites e foi com prazer que festejámos o aniversário da personagem Gonçalo Nuno Mesquita de Reboredo e Sande com franguinho assado e batata frita, pão e azeitonas regados a vinho tinto.


alexis e chefinha roendo umas asinhas de frango


Enquanto o dia entardecia, fomos testemunhando a ingenuidade do Zé da Pinta, o cansaço de Gonçalo Nuno, os achaques do Sr. Maravilhas e as necessidades da Tia Genoveva. Mas foi o castiço Tio Albertino, com os seus turpilóquios e sapatinhos à gangster que nos conquistou mais a simpatia. 


os sapatinhos do Tio Albertino
"O pai de Zé da Pinta expôs o seu problema, cujas dimensões reduziu um pouco para não assustar o irmão. Depois solicitou: poderia ele dar guarida e trabalho ao Zé? (...)
O tio Albertino fez-se pouco rogado, apenas o suficiente para estabelecer a pequenez do ordenado. Na verdade, fazia-lhe jeito alguém que atendesse os clientes na taberna, ficava-lhe mais tempo livre para outras coisas."
João Aguiar, A Encomendação das Almas


Fotos: RCC e X@n@. Arrábida. Agosto, 2011.