Foi curioso este encontro e puramente casual.
Tinhamos acabado de meter o nariz num pátio recôndido de Djerba e, considerando-o de pouco interesse, preparávamo-nos para regressar quando uma rapariga, empoleirada de um terraço, nos perguntou de onde éramos.
Ao saber que éramos portuguesas, soltou uma exclamação de espanto e pediu-nos para subir.
Por muito corajosas que sejamos ao viajar sozinhas, há sempre uns momentos em que nos questionamos se o passo a seguir é seguro. A maior parte das vezes leva-nos um segundo a determinar que a prespectiva de aventura compensa.
Subimos.
A rapariga fez-nos entrar num quarto pequeno e pouco iluminado. No meio da divisão encontrava-se um homem sentado no chão coberto de palha.
A rapariga apresenta-se e diz que aquele é o seu pai, artesão de objectos de vime. Reparamos então que o quarto está cheio de esteiras, cestos e outros objectos feitos nesse material. O homem sorri e explica-nos um pouco do seu ofício.
Oferecem-nos um chá e só então nos explicam a razão de tanto entusiasmo com a nossa origem.
A rapariga traz uma revista Blue Travel portuguesa, muito estragada pelo manusear constante. Abre-a e mostra-nos um artigo sobre o trabalho e a pequena oficina de seu pai; uma reportagem que veneram apesar de não conseguirem entender a língua em que está escrita.
X@n@ e Rutix in Tunísia. Novembro 2011